Wednesday, March 28

Murchison - Glenhope; 44,6kms

Marco 26

A manha nasceu com Murchison, completamente dentro de uma nuvem pesada, e francamente frio. Para dar uma ideia pedalei a primeira hora com uma camisola "tecnica" mais um polar e nao derreti. Foi um dia relativamente curto porque ja so consegui identificar um sitio para dormir entre Murchison e Nelson, que nao acampar na floresta; opcao que tenho andado a evitar porque os sandflies continuam vorazes. Continuei pois a subir a garganta do rio Buller ate que, com as paredes ja perto da estrada, ela vira para um novo vale a nordeste e comeca a subir ao lado do rio Hope.

Aqui o ambiente e cada vez mais euro-alpino, com ainda maior preponderancia de coniferas e mais prados "semeados" de ovelhas e vacas. Devem ser do genero "patas de um lado mais curtas do que as outras" porque aqui as pastagens sao bastante ingremes. Vi bastantes rapinas a cacar incluindo duas que, pela forma de voo, juraria serem da familia das nocturnas. Mas elas nao sao activas durante o dia, ou sao? Nao devia ter deixado a Sofia em casa; a minha guia de campo tem-me feito imensa falta.

Desastre do dia, voltou a senilidade e deixei uma cerveja no frigorifico da casa de Murchison. Furia, andava a carrega-la desde Berlins para acompanhar o jantar! Mas desta vez nao voltei atras.

Pouco depois do inicio do vale do Hope, saio da nuvem e tiro o polar, mas por mais que me esforce a subir, continuo muito confortavel ao sol com a minha camisola de mangas compridas preta! E preciso ter cuidado com o buraco kiwi na camada de ozona; ja tive muitos dias ca em que o sol queima sem aquecer significativamente.



O meu poiso para a noite e uma casinha encantadora a meio de um prado ingreme (quase que cai a empurrar a bicicleta ate a porta...). Os donos sao um casal dos seus trinta anos, ciclistas ferrenhos, que acrescentaram o seu "bikepacker" a agricultura. Como estava sol e imenso vento aproveitei para lavar TODA a roupa que tinha.

Imaginem a sensacao quando, vestido com as unicas duas pecas que nao tinham ido lavar, fui apanha-la ao estendal e nao estava la nada. Obviamente, nao era roubo, mas engano porque ninguem normal teria interesse pelos meus poucos farrapos. Como a unica forma de nao ter toneladas de malas e levar muito poucas mudas de roupa e lavar muito o que, combinado com o desgaste acelerado de viver no exterior, acampar etc, faz com que o desgaste acelere... O meu medo era se nao se desse pelo erro a tempo. Ao fim da tarde la se decobriu que tinha sido uma vizinha que para ajudar os donos da casa, tinha apanhado a roupa deles (e inconscientemente a minha) para que nao se molhasse ao entardecer. Ri-me imenso mas eles ficaram enfiadissimos, e ofereceram-me uma cerveja de reposicao :)

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